segunda-feira, 18 de abril de 2011

Resenha Crítica

Resenha crítica  produzida a partir do texto correspondente às páginas 243 à 250, do livro: História da arte como história da cidade, escrito por Giulio Carlo Argan. Também com ênfase no texto foi realizado o trabalho de colagem no photoshop anteriormente  postado (24/03), e novamente postado aqui para compor a resenha.

Lentes Urbanas
   Lente Cultural

A cidade é o reflexo das culturas por ela absorvida durante o seu processo de construção. Não é a imagem de sua história de fundação, mas sim a projeção dos contextos que o tempo traz. Sua construção não é completa e finda, mas mutável. Segundo Giulio Carlo Argan, “a cidade é o produto de toda uma história que se cristaliza e manifesta”.
Tudo o que existe na cidade é a representação de algo que foi ou é relevante. A história está presente em todos os detalhes e nela são representados características do passado e do presente. Com isso são construídos contrastes muitas vezes impactantes e às vezes até problemáticos. Impactantes, pois podem, por exemplo, trazer ao lado de edifícios históricos, construções modernas e volumosas. E problemáticas porque a cultura dos dias atuais, baseada na busca do lucro movida pelo capitalismo, acaba por modificar as reais características que deveriam ser demonstradas pelos edifícios históricos.
A arquitetura tem como papel nessa problemática gerir melhor a cidade, e não planejar uma cidade ilusória que teria de nascer do nada. A cidade e a arquitetura devem estar ligadas e funcionarem juntas.Como reflexo de pensamentos distintos, classes distintas e buscas distintas, a cidade vai se
formando como um grande enquadramento de coisas que nasceram por um motivo forte. Seja esse motivo a necessidade de uma construção imponente, ou a simples falta de espaço. Seja ele a falta de dinheiro ou a necessidade de empregá-lo. Tudo isso torna a cidade diversa e difícil de se organizar.
Deixar que a cidade se torne mais humana no sentido de se sensibilizar com os que nela residem, com os que dela precisam, torna essa organização mais fácil. Sendo reflexo da história e da cultura não só o que é inteiramente bom é aplicado ao espaço, mas também a não sensibilização do homem diante
das injustiças sociais que como cultura implícita no homem capitalista, transparece na configuração do sistema urbano.
A cidade é um brinquedo do tempo. Na sua história estão escondidas outras histórias. Muitas vezes pensada como um problema a cidade passa a ser também um brinquedo do homem. E, no mundo dos homens onde vence o mais forte, a manipulação é algo que se espalha sem se sentir. Na cultura atual, onde muitos trabalham na construção que alguns dominam,o espaço vai se tornando viável apenas para os que pagam caro por ele. E isso é somente o contexto histórico atual colaborando à sua maneira na formação e transformação da cidade.

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